1938 - A tragédia das cabeças cortadas

Esta foto trágica é do triste fim do cangaço. Cabeças cortadas de Lampião e seu bando. Mas notem, a cabeça de Ivanildo Paulista não está aí. Cansado de fazer kibes para o bando de Virgulino, Ivan se rebelou. De 1928 e 1938 ele fez e fritou sob o sol escaldante do sertão nordestino 20.456 kibes para o bando de Lampião sem receber nenhum tostão, muito menos um "obrigado" da parte deles. Como a amizade com Getulio Vargas ainda perdurava, Ivanildo simplesmente foi quem delatou aos soldados que caçavam o grupo o esconderijo em Angicos. Foram os últimos kibes fritos que o bando comeu. Ivanildo não só restaurou a sua amizade com Getulio como ganhou do governo uma passagem para Cuba.

1928 - Ivan entra para o Cangaço

Em 6 de Janeiro de 1928 Lampião e seu bando invadem Zé da Penha no Rio Grande do Norte. Chegam cansados e esbaforidos e como era feriado do dia de reis, toda a cidade estava fechada. Nenhum bar, nenhum restaurante, nenhum boteco aberto. Famintos, Lampião e seu bando procuram por comida e não acham. Maria Bonita briga com Virgulino e exige dele que ache algo para comer e beber com urgencia. Corisco sente um cheiro de fritura. Era simplesmente Ivanildo, o Paulista fazendo kibes. O bando inteiro invade a casa de Ivan e lá encontram um verdadeiro maná. Ele havia preparado 300 kibes que alimenta toda a tropa. Ivanildo não só cai no gosto de todos como é convocado para cozinhar kibes para o bando como mostra a foto ao lado (Paulista é o último da esquerda para a direita).

Apoio de Getulio Vargas

Washington Luiz sabia da grande amizade que o seu Ministro da Fazenda, Getulio Vargas tinha com Ivanildo Paulista. A foto ao lado prova isso. Foi tirada no sertão da Paraíba, mais precisamente em Catolé do Rocha em 1927. Nela vemos o tenente Getulio ao lado de Ivanildo Paulista numa recepção calorosa. Getulio tinha ido ao encontro de Ivan para pedir apoio politico. Ivan só não lhe ofertou apoio politico como também 200 kibes para a tropa.

Rio de Janeiro - 1930

Misteriosamente, tem-se poucos relatos da infância e adolescência deste homem. Sabe-se que foi uma infancia como todas no sertão nordestino. Ivanildo, o Paulista andou meio mundo. Aqui é saudado por populares no Rio de Janeiro em 1930, um pouco antes de revolução. Convidado ao Palácio do Catete pelo presidente Washington Luis, Ivanildo segue ladeado por dois soldados da guarda presidencial ao encontro do então presidente da republica. Washington Luis, ardoroso comedor de kibes, chamou Ivanildo para um almoço onde iriam conversar sobre assuntos politicos.

O kibe - A Origem

Kibe é uma comida árabe. Os Árabes vivem no norte da África, né? Mais ou menos a 7.490 km de distância do Brasil. Longe pra caramba! O que tem a ver Zé da Penha no Rio Grande do Norte com a Arábia Saudita? Aparentemente nada. Mas foi em Zé das Penha que nasceu o maior fazedor de kibes do Brasil. Ivanildo Paulista. E esse blog presta uma homenagem a este cara bacana que tem uma barraca de kibes (a unica da Lagoa em João Pessoa - PB - Brasil)

Ivanildo, ou simplesmente o Paulista é um desses sujeitos simples e bacana. Inteligente como ele só, comanda há 13 anos um dos melhores quiosques da Lagoa. Lá não tem som, nem Tv com forró de plástico, mas tem conversa e boa companhia até uma horas. Aqui neste blogo vc vai ver que o Paulista não está na Lagoa à toa. Sua trajetória de homem simples que nasceu em Zé da Penha se confunde até mesmo com as história do mundo e do Brasil. Aqui vc vai acompanhar todos os importantes passos deste ilustre homem.!